Conceito em Definição ABC
Miscelânea / / July 04, 2021
Por Javier Navarro, em set. 2016
A palavra nirvana vem do sânscrito e significa extinção. Para entender seu significado genuíno, é necessário entender o termo no contexto de algumas filosofias e religiões orientais, especialmente o budismo.
Nirvana no Budismo
De acordo com os textos sagrados do budismo, Sidartha, o verdadeiro nome do Buda, passou 40 dias meditando sob uma árvore e experimentou uma série de experiências interiores. Em um primeiro estágio ele estava meditando até reconhecer todas as suas vidas anteriores.
Em um segundo nível, ele entendeu o significado da existência de uma forma cíclica por meio da ação do karma e lei de causa e efeito na natureza.
Em um terceiro estágio e nível final de meditação, ele atingiu o conclusão que havia uma série de venenos ou freios mentais que perturbam a alma humana: desejo sensual, apego, pontos de vista errados e ignorância. Após essas fases de meditação, o Buda alcançou o realização da verdadeira iluminação e conhecimento supremo, nirvana.
Perturbações da alma
Para os budistas, nirvana é a ausência de todos os sofrimentos. É preciso ter em mente que o sofrimento no ser humano é consequência de seus erros e percepções erradas. Em outras palavras, o sofrimento ocorre devido a um mal-entendido da realidade externa e interna, o que os budistas chamam de "ganância". Assim, para superar a avidez é necessário iniciar o caminho da meditação, o que popularmente conhecemos como ioga. Assim poderemos nos sentir livres dos sofrimentos que nos afligem.
Se uma pessoa tem um erro percepção dos outros e de si mesmo, isso gera medo, violência e uma incompatibilidade emocional, isto é, sofrimento. Por este razão, Nirvana é um estado espiritual em que as perturbações da alma desaparecem.
Durante o processo de busca do nirvana, o indivíduo descobre conceitos errôneos como "ser e não ser" ou "nascimento e morte" e percebe a totalidade da realidade.
Nesse sentido, o nirvana é um método de eliminação de falsas noções e idéias que geram dor e angústia. Um exemplo ilustrativo de um equívoco seria o observação de uma nuvem.
Quando olhamos para uma nuvem pensamos que ela existe de forma evidente, mas quando a nuvem se torna chuva desaparece e dizemos que não existe. Essa forma de observar e compreender a realidade é errada para os budistas, porque devemos ver a nuvem na chuva ou na neve e, portanto, além da própria nuvem.
Fotos: Fotolia - Ivan Trizlic / lightpoet
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