Conceito em Definição ABC
Miscelânea / / July 04, 2021
Por Guillem Alsina González, em dez. 2017
Com seu desaparecimento, a lenda começou; aos Cavaleiros Templários, que foram vítimas do ambição do Rei da França, são atribuídos conhecimentos decorrentes da sua relação com o Médio Oriente, que ultrapassariam o conhecimento de qualquer outra pessoa ou organização, bem como tesouros fabulosos. Essa é a história dele, longe das lendas.
A Ordem do Templo foi uma instituição fundada em 1118 (após a Primeira Cruzada) com o objetivo de proteger e ajudar os peregrinos cristãos que iam a Jerusalém.
Jerusalém, a cidade sagrada para três religiões (judaísmo, islamismo e cristianismo), caiu nas mãos dos cristãos em 1099, que, teoricamente, havia aberto as portas da cidade aos peregrinos cristãos, algo que, de fato, nunca foi proibido Graças ao atitude abertura dos líderes muçulmanos, que permitiam outros cultos, desde que pagassem um imposto especial.
O problema das peregrinações foram os múltiplos perigos a que os peregrinos foram expostos durante a viagem, como o assalto de bandidos.
O novo rei de Jerusalém, Baldwin, não tinha tropas suficientes para realizar a tarefa policial de proteger os viajantes que seguiram um peregrinação à terra santa, então alguns cavaleiros começaram a se organizar no que acabaria sendo a Ordem do Templo para realizar esta trabalho de casa.
Grato, Baldwin forneceu a esses cavaleiros um quartel para morar, localizado no antigo Templo de Salomão. De lá, eles obteriam o nome do pedido.
Na verdade, o nome completo do novo pedido era Ordem dos Pobres Companheiros de Cristo e do Templo de Salomão, embora eles sejam simplesmente conhecidos como Ordem do Templo ou Templários.
A influência de seu fundador, Hugo de Payns, e do rei Balduíno, conquistou rápido apoio a nova organização tanto por parte da nobreza cristã europeia quanto por parte da Igreja.
O número de cavaleiros atribuídos à ordem cresceu gradativamente em paralelo com a importância que a organização ganhou e as tarefas que passou a realizar; de apenas proteger os peregrinos, para se tornar um verdadeiro força marinha, um exército.
Ao mesmo tempo, o Templo também estava se expandindo territorialmente; por exemplo, na Coroa de Aragão (tanto nos reinos de Aragão, como na Catalunha, e em Valência), o Templo tinha inúmeras posses. Na França, ele também tinha grandes propriedades e sua influência era notável.
Dentro do Templo, os cavaleiros e o restante da equipe eram guiados por uma regra que havia sido dada à instituição pela igreja.
Devo pensar que, apesar de os Cavaleiros Templários serem os mais conhecidos, eles eram apenas uma parte do pessoal total da ordem, uma vez que ao lado deles, servos e outros funcionários viviam juntos Civil, sem filiação eclesial ou militar.
O governo do Templo contemplava o voto de pobreza e tornava os cavaleiros meio monges meio guerreiros.
Mas, apesar desse voto de pobreza, os comandantes do Templo (células em que o Templo foi dividido localmente) eram ricos. Por quê?
Um primeiro razão são as doações voluntárias que muitos nobres fizeram ao Templo, sendo essas doações na forma de terras, propriedades e dinheiro. Mesmo aqueles que não eram nobres, cidadãos comuns ou burgueses, também doaram seus bens mais ou menos escassos para o Templo, na esperança de salvar suas almas quando morressem conduzindo-os ao céu.
O início do fim dos Templários pode ser encontrado na perda da terra santa pela cristandade.
Jerusalém foi reconquistada pelos muçulmanos em 1244. Acre, o último bastião da Terra Santa, caiu em 1291. A existência da Ordem do Templo fazia sentido neste contexto?
Porém, o grande poder que os Templários conquistaram em quase um século e meio de existência, impediu seu desaparecimento.
Temos que pensar que a organização funcionou como um instituição banco fazendo empréstimos a muitos reinos e nobres. Embora essas práticas (consideradas usura) fossem proibidas pela igreja, os Templários tinham um sistema engenhoso para contornar o proibição: emprestavam o dinheiro sem juros e, após devolvê-lo, o fidalgo ou rei fazia uma “doação voluntária” aos cofres templário. O valor desta doação foi previamente acordado entre as partes, e costumava ser um percentual fixo.
Resultado: embora oficialmente, os Templários não cobraram juros, na verdade cobraram, mas não oficialmente.
O grande poder acumulado e as dívidas contraídas, sobretudo, pelos reis com a ordem, bem como as riquezas que esta acumulou, foram a sua ruína.
Essas riquezas despertaram a ganância e sua enorme influência, suspeitas. O primeiro a abrir fogo contra a Ordem do Templo (instalada em Chipre desde a queda da Terra Santa) foi Filipe IV da França, que devia grandes quantias à Ordem do Templo, e não tinha muita vontade para pague-os.
Filipe IV acusou, em 1307, os templários de apostatar, de realizar cerimônias pagãs e demoníacas, de sodomia e de várias outras práticas contrárias à fé católica. Ele teve a aquiescência do Papa Clemente V.
Os Templários na França foram presos rapidamente. O Papa cedeu e dissolveu a ordem, ordenando que os Templários fossem presos onde quer que estivessem. Os monarcas que os aprisionavam podiam se apossar de suas riquezas e ver suas dívidas com a ordem perdoada, que é exatamente o que interessa a Filipe IV da França.
Os Cavaleiros Templários capturados confessaram o que lhes foi pedido depois de sofrer horríveis torturas e foram finalmente queimados na fogueira.
Em alguns territórios, como a própria Coroa de Aragão, o soberano (Jaime II) inicialmente hesitou em se lançar contra os Templários, mas os Suculenta pilhagem em jogo, juntamente com as consequências que a resistência à ordem papal poderia trazer, fez com que ele finalmente aderisse ao Caçando.
E, a partir daqui, do seu desaparecimento, começa a lenda da Ordem do Templo, uma lenda que inclui tesouros que ainda estariam escondidos, o cálice sagrado, e até mesmo a sobrevivência da ordem da forma segredo. Mas isso já pertence ao reino da fantasia, e não ao da história.
Fotos: Fotolia - alex2212110 / mario
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