Definição de DNU (Argentina)
Miscelânea / / November 13, 2021
Por Javier Navarro, em maio. 2017
Na maioria dos textos constitucionais é contemplada a possibilidade de que o governo de uma nação pode adotar medidas excepcionais para lidar com situações de emergênciacomo catástrofes, ameaças terroristas, greves gerais, etc. Nesse sentido, na Argentina existem DNUs ou Decretos de Necessidade e Urgência.
Eles são um tipo de decreto com o caráter de lei, emitido pela poder Executivo e não para ele poder Legislativo. Este tipo de lei está contemplado na Constituição Argentina desde 1994.
Para entender em que contexto esses decretos podem ser aplicados, é necessário partir da seguinte premissa: a Argentina é uma Republica Democratica representativo por natureza e com um poder executivo unipessoal. Assim, esses decretos de necessidade e urgência são promovidos pelo presidente da nação em um contexto social excepcional e, portanto, devem ser aplicados com urgência.
Ao longo da história das DNUs, vários presidentes as recorreram por não terem apoio parlamentar suficiente para promulgar esse tipo de lei com certa rapidez. Nesse sentido, o DNU pode ser entendido como uma espécie de poder ilimitado do presidente. No entanto, esses decretos devem ser posteriormente aprovados pelo Congresso argentino.
Qual é a origem das DNUs?
A origem histórica deste tipo de decretos pode ser encontrada na segunda metade do século 20, quando governos militares consecutivos utilizaram este estratégia legal para aplicar suas leis à vontade. Posteriormente, as DNUs foram utilizadas no Processo de Reorganização Nacional. Na década de 1990, o governo de Carlos Menem lançou essa medida, que continua até hoje.
Um assunto polêmico
As DNUs estão associadas a controvérsias. Assim, nestes decretos não está especificado qual é o prazo que o congresso tem para dar validade ao decreto, de tal forma que pode levar anos para o Congresso tratar tal decreto, uma circunstância que já ocorreu em vários ocasiões. Por outro lado, os detratores do DNU denunciam que esses decretos só são rejeitados com a recusa explícita de ambas as câmaras.
Finalmente, o ponto de vista mais polêmico recai sobre uma ideia mais abstrata: que o poder executivo não pode fazer leis, caso contrário, o princípio da separação de poderes está em perigo.
Foto: Fotolia - Om Yos
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