Ensaio crítico sobre a Revolução Francesa
Miscelânea / / December 31, 2021
Ensaio crítico sobre a Revolução Francesa
Antes e depois de 1789: o significado da Revolução Francesa para a humanidade
É quase um lugar-comum na história dizer que Revolução Francesa 1789 mudou o mundo inteiro para sempre. Fê-lo, em primeiro lugar, porque rompeu violentamente com o Antigo Regime na França e estabeleceu um efémero República que, no entanto, serviu de exemplo às aspirações de mudança de todo o mundo: um novo mundo foi enfim possível. E ao mesmo tempo foi um alerta para os reinos vizinhos, que encharcaram a barba de muitas maneiras diferentes. Na verdade, a Áustria e a Prússia se opuseram tão ferozmente à Revolução que, como se sabe, travaram uma guerra contra a França entre 1792 e 1797, tentando restaurar a ordem monárquica pela força.
No entanto, a importância histórica da Revolução Francesa não só tem a ver com a possibilidade de um reordenamento do governo, mas também com um reconstrução profunda do público: as formas de participar da sociedade, de aproveitá-la e até de imaginá-la mudaram, e essas mudanças foram muito mais durável que o governo republicano, já que este morreu aos pés do Primeiro Império Francês, ou seja, aos pés de Napoleão Bonaparte.
Prova disso é que, mesmo sob o domínio imperial de Bonaparte, floresceram as ideias sociais e culturais nascidas na revolução. e se expandiram por toda a Europa, acabando com as diferentes monarquias absolutistas e semeando em toda parte as sementes de uma Europa liberal; sementes que germinaram nos anos seguintes, após a derrota em Waterloo.
As principais mudanças da revolução
O aspecto mais óbvio e mais falado das mudanças revolucionárias na França tem a ver com a queda da monarquia absolutista de Luís XVI. Como se sabe, as forças insurgentes se levantaram contra esse governo despótico que manteve a França submersa em uma profunda crise econômica. E em julho de 1789 eles inundaram as ruas para acabar com a ordem feudal herdada da Idade Média.
Inicialmente, consistia em impor uma monarquia constitucional, ou seja, um governo monárquico em que o rei estava sujeito à lei, e não este à vontade do monarca. Mas a recusa do monarca em assinar as leis emanadas da recém-fundada Assembleia Nacional e, provavelmente, sua confiança de que as forças pró-absolutistas dos países vizinhos acabariam reimpondo a ordem tradicional levou a França a uma ordem republicana, inspirada no mundo clássico Greco-romana.
Essa mudança foi fortemente sentida no mundo da arte, por exemplo, em que prevaleceu um estilo neoclássico, determinado a reencarnar o mundo antigo no imaginário da França do momento. Assim, por exemplo, nasceu Marianne, encarnação feminina da República Francesa, representada como uma jovem combativa, vestida com um boné frígio e muitas vezes vestida com as cores da cocar tricolor francesa. Algo semelhante aconteceu com a "Canção de Guerra do Exército do Reno", entusiasticamente adotada pelos revolucionários como "A Marselhesa", o futuro hino nacional.
Eram os símbolos de uma nova cultura nacional: os museus foram abertos ao público pela primeira vez, para que a fruição das obras de arte não fosse exclusiva dos aristocracia, e um novo modelo educacional, com raízes liberais, foi estabelecido com a fundação de instituições como a Ecole Normale, o Instituto da França ou a Universidade de França. O conhecimento, e não as condições de origem, passou a ser o elemento central da educação.
Em outras áreas, também, as mudanças revolucionárias foram muitas e muito significativas: a criação de uma burocracia Estado que permitiria e promoveria a igualdade de direitos entre os cidadãos, o exercício do voto e a declaração de a direitos humanos fundamental; um sistema tributário de contribuições equitativas que mais tarde levou à criação do Banco Nacional da França; e o redimensionamento do poder da Igreja Católica, cuja influência na liderança da sociedade foi marcadamente diminuída. O mundo burguês nasceu com força e, em 1971, já tinha sua primeira Constituição.
Siga o exemplo
Apesar de seus obstáculos e seu imenso fardo de violência subsequente, os sucessos iniciais do A Revolução Francesa deslumbrou e convenceu as burguesias de outros países europeus e da colônias. Inspirados por esse novo mundo possível (e também pela Revolução Americana de 1765), os crioulos americanos logo pegaram em armas para cortar o vínculo administrativo com a metrópole. Outras monarquias, por outro lado, pegaram os ventos da mudança com antecedência e lançaram as bases para a modernização e liberalização do sistema político mais controlado e em seus próprios termos, o que a longo prazo lhes permitiria reter seus cabeças.
A importância histórica desses eventos foi tal que a Revolução Francesa ainda é considerada o evento fundamental para se compreender a transição entre a Idade Moderna e a Contemporânea. Embora ao longo do século XIX a França tenha oscilado entre suas tendências imperial, republicana e monárquica leis constitucionais, a verdade é que uma profunda mudança ocorreu em sua sociedade e seus ecos foram sentidos no mundo inteiro.
As revoluções vindouras de 1830, 1848 e 1871 na França demonstrariam isso: a soberania e a autodeterminação eram agora propriedade indiscutível do povo, e não dos governantes que ele elegia. O caminho para a democracia moderna, embora com seus buracos e curvas acentuadas, começou a ser construído.
Referências:
- "Ensaio" em Wikipedia.
- "Revolução Francesa" em Wikipedia.
- “A Revolução Francesa: o fim do Antigo Regime” em National Geographic em espanhol.
- "Que consequências teve a Revolução Francesa?" dentro A vanguarda.
- "Revolução Francesa" em History.com.
- "Revolução Francesa (1787-1799)" em The Encyclopaedia Britannica.
O que é um ensaio?
O ensaio é um gênero literário cujo texto se caracteriza por ser escrito em prosa e por abordar um tema específico livremente, fazendo uso do argumentos e as apreciações do autor, bem como os recursos literários e poéticos que permitem embelezar a obra e valorizar os seus traços estéticos. É considerado um gênero nascido no Renascimento europeu, fruto, sobretudo, da pena do escritor francês Michel de Montaigne (1533-1592), e que ao longo dos séculos se tornou o formato mais utilizado para expressar ideias de forma estruturada, didática e formal.
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