15 exemplos de tragédia
Miscelânea / / March 30, 2022
Dentro da dramaturgia, chama-se tragédia a obras teatrais de tom solene que se caracterizam principalmente pelos desfechos fatídicos de seus protagonistas. Cultivada desde a Grécia Antiga, a tragédia representa personagens que se deparam com um destino inevitável (fatum ou anaque) por causa de um erro fatal ou uma condição de caráter como orgulho (arrogância). O desfecho fatídico é inevitável e os personagens são punidos pelos deuses, geralmente com loucura ou morte. Por exemplo: Édipo Rei, de Sófocles.
A palavra tragédia vem do grego tragoédia, que significa literalmente 'canção do bode' e se refere à canção que era cantada durante as festas dionisíacas. Os gregos foram os primeiros a representar tragédias para todos os seus cidadãos, pois através deles se formaram moral, ética e cívica.
Aristóteles Ele foi o primeiro a estudar o gênero trágico em seu Poético (IVA. C.), onde a definiu como a mais alta das formas de representação artística, pois mostrava os acontecimentos diretamente ao espectador (sem a mediação de narradores) e porque mostrava homens mais altos do que realmente são, para que sua queda em desgraça gerasse uma catarse na plateia e, por meio dela, purgasse as emoções inferiores do ser. humano. Desta forma, o público deixou o teatro sendo pessoas melhores.
As situações de conflito presentes na tragédia podem transmitir sentimentos de compaixão e tristeza, além de medo. Tanto que esse termo é usado como sinônimo de um acontecimento triste e inevitável até os dias de hoje.
Embora a tragédia não seja mais cultivada como gênero literário, considera-se que ela deu origem ao surgimento do teatro moderno e da dramaturgia como a entendemos hoje.
tipos de tragédia
Existem dois tipos de tragédia:
Componentes da tragédia
A tragédia é composta dos seguintes elementos:
Estrutura da tragédia
A estrutura da tragédia clássica é composta por três momentos:
exemplos de tragédia
- Antígonapor Sófocles (441 a.C. C.). Conta a história de Antígona, que no início da tragédia chora a morte de seus irmãos Polinices e Etéocles. Ambos morreram lutando entre si para ganhar o trono de Tebas. Seu tio e atual rei de Tebas, Creonte, ordena que Polinices não seja enterrada, então seu espírito vagueia pela terra. Diante dessa disposição, Antígona busca cumprir seu dever familiar em face do dever cívico e sepultá-la.
- Rei Édipopor Sófocles (429 a.C. C.). Conta a história de Édipo, marido de Jocasta, na época de seu maior esplendor, como rei de Tebas. Para salvar a cidade da praga que a assola, ele começa a investigar a morte do rei anterior: Laio. Pouco a pouco a verdade é descoberta: Édipo é o assassino que procura e foi ele quem matou seu pai.
- oresteia, de Ésquilo (472 a. C.). Narra o fim da maldição da casa de Atreus. É uma trilogia composta por três obras: agamenon, coéforas e as eumênides. Na primeira obra da trilogia, é narrado o retorno de Agamenon da Guerra de Tróia. Em sua casa está sua esposa, Clitemnestra, que planejou sua morte como vingança pelo sacrifício de sua filha Ifigênia. Na segunda parte, conta-se o processo de vingança dos dois filhos de Agamenon, Electra e Orestes. Electra reconhece Orestes por uma marca em seu rosto durante o funeral de Agamenon. Imediatamente depois, Orestes mata Clitemnestra e Egisto (primo de Agamenon e amante de sua mãe). Na terceira e última peça, ele mostra como Orestes se apresenta diante de um júri de atenienses conhecido como Areópago, para decidir se o assassinato de Clitemnestra o torna digno do tormento infligido pelo Fúrias. Orestes é considerado inocente graças à ajuda dos deuses Apolo e Atena.
- Os sete contra Tebas, de Ésquilo (467 a. C.). Narra a missão de sete guerreiros que devem invadir e tomar o controle da cidade de Tebas. Para sua defesa, o rei Eteocles envia seus seis melhores guerreiros para combatê-los, sendo o sétimo o próprio rei. No final, os irmãos Etéocles e Polinices, filhos de Édipo, arrastam a maldição que pesa sua linhagem, que eles conhecem, mas não podem evitar, e caem mortos, um pelo outro, após uma luta fratricida.
- os suplicantes, de Eurípides (423 a. C.). Conta a história das mães dos caídos, que compõem o Coro dos Suplicantes, que, diante do fracasso da a expedição contra Tebas e mortos em batalha, procuram enterrar os corpos de seus filhos de acordo com a tradição Grego. Diante da recusa dos tebanos, os suplicantes pedem ajuda a Teseu para que Creonte lhes permita realizar as honras fúnebres. Finalmente, Etra, mãe de Teseu, o convence a ajudar as mulheres a cumprir as leis divinas.
- Ifigênia entre os Touros, de Eurípides (414 a. C.). Conta a história de Ifigênia, que, depois de ter escapado da morte sacrificada por seu pai Agamenon, vai morar no país do Touro e se torna sacerdotisa do templo de Ártemis. Até lá viajaram Pílades e Orestes, este último irmão de Ifigênia, que deve roubar do santuário a estátua da deusa caçadora para levá-la a Atenas. No entanto, eles estão em grande perigo porque o costume entre os taurinos é sacrificar estrangeiros ao deusa, e Ifigênia, que a princípio não reconhece seu irmão, está disposta a realizar o sangrento ritual.
- O Rei Lear, por William Shakespeare (1608). Conta a história do rei Lear, que, já muito velho, pensa qual de suas três filhas, Goneril, Regan e Cordelia, será a que o sucederá em seu reinado, e assim poderá passar seus últimos dias de vida em Paz. Para tomar essa decisão, eles são submetidos a um teste de amor e lealdade. Por causa das respostas dos dois mais velhos que estão cheios de elogios a ele, ele decide que eles, junto com suas consortes, começam a reinar. Mas logo ele se sentirá ameaçado quando for completamente abandonado. No final, as filhas fazem um atentado contra a vida do rei, então Lear percebe que deveria ter escolhido a filha mais nova, Cordelia, e acaba surtando.
- A tempestade, por William Shakespeare (1611). Conta a história de Próspero, um velho duque e mago que, traído e deposto, tem que se exilar com sua filha Miranda para uma ilha deserta onde passará doze anos. Para se vingar de seus irmãos e retornar e retornar a Milão, ele cria uma tempestade que os faz naufragar. No navio viajam o usurpador Antonio, seu aliado Alonso, rei de Nápoles, e Fernando, filho deste último. Os passageiros são salvos, mas acreditam que Fernando morreu, enquanto Fernando pensa que os outros se afogaram. Fernando e Miranda se conhecem e se apaixonam à primeira vista. Próspero prepara alguns sustos para Antonio e Alonso. O primeiro cai aterrorizado e o segundo se arrepende de sua crueldade, reconcilia-se com Próspero e recupera seu filho Fernando.
- O castelo sem vingança, de Lope de Vega (1631). Conta a história de Cassandra, esposa do duque de Ferrara, que mantém um caso de amor secreto com o filho bastardo do duque, o conde Federico. Depois de voltar da guerra, seu marido descobre o adultério e procura punir o conde Federico mantendo sua desgraça em segredo. Ele então envia seu filho para matar um traidor disfarçado que acaba por ser Cassandra e, por sua vez, ordena o assassinato de Federico acusando de ter assassinado sua madrasta porque acreditava que ela daria à luz um herdeiro que tiraria sua ducado.
- A casa de Bernarda Alba, de Federico Garcia Lorca (1945). Após a morte do segundo marido, Bernarda Alba isola-se e impõe às filhas um luto rigoroso e sufocante durante oito anos. Angustias, a filha mais velha e única filha do primeiro marido, herda uma fortuna e atrai um pretendente, Pepe el Romano, que fica noivo dela, mas ao mesmo tempo se apaixona por Adela, a irmã mais nova. Ao saber do caso, Bernarda atira em Pepe, mas ele consegue escapar. Ao ouvir o tiro, Adela acredita que seu amante está morto e se enforca. Ao final da peça, Bernarda diz que Adela morreu virgem para salvar a cara, e exige silêncio, como no início da peça.
- Fedra, de Jean Racine (1665). Conta a história de Fedra, que se apaixona por seu enteado, Hipólito, mas luta há muito tempo contra essa paixão. Ao ser informada equivocadamente de que Teseu, seu marido, havia morrido, ela confessa seu amor a Hipólito, mas ele, não retribuindo, foge com Aricia, seu verdadeiro amor. Phaedra culpa sua enfermeira Enona, que a aconselhou a se deixar levar pela paixão.
- Esplendor, de Goethe (1808). Conta a história de Fausto, um cientista empírico que é forçado a enfrentar questões como o bem e o mal, Deus e o diabo, sexualidade e mortalidade. Em sua busca pela verdade e pelo sentido da vida, ele faz um pacto com o diabo (Mefistófeles) no qual entrega sua alma em troca do acesso a esse conhecimento.
- Zaire, de Voltaire (1732). Conta a história de Zaire, uma escrava cristã que se apaixona por seu mestre, o sultão. O casal está disposto a se casar, mas a família da jovem proíbe, caso contrário, ela terá que se voltar para a religião muçulmana e esquecer a comunidade cristã à qual pertence. Um certo mal-entendido por parte do sultão acrescenta desconfiança à história, o que faz com que a peça termine com um final trágico.
- Na escuridão ardente, de Antonio Buero Vallejo (1950). Conta a história de Ignacio que é forçado a entrar em uma instituição para cegos, dirigida por Don Pablo. Lá ele conhece outros cegos que se dizem felizes, mas a quem Ignacio então espalha seu sentimento de infortúnio pela perda do “mais maravilhoso dos sentidos”. Um dia fatídico, um dos detentos mata Ignacio nos balanços do pátio, para voltar a ser feliz com suas velhas crenças. No entanto, a influência das palavras de Inácio mudou sua maneira de pensar para sempre.
- morte de um viajantepor Arthur Miller (1949). Conta a história de Willy Loman, um caixeiro-viajante de sessenta anos e trabalhador incansável que um dia decide se aposentar e viver em paz com sua família. Ao longo de sua carreira conviveu com a obsessão de agradar as pessoas, mas um dia descobre que depois de tantos anos de trabalho elas mal se lembram dele. No final da peça, Willy comete suicídio e, ao se despedir dele, sua família ainda não entende por que, se ele era um vendedor tão popular, ninguém compareceu ao seu funeral.
Ele pode atendê-lo: