10 Exemplos de Sátira
Exemplos / / April 07, 2023
O sátira É um gênero ou texto literário que pode ser em prosa ou verso e no qual, com procedimentos humorísticos ou burlescos, se criticam modos de ser e de se comportar. Por exemplo: As Metamorfoses, de Apuleio.
Nos textos satíricos, o ironia, ridículo, caricatura e sarcasmo mostrar desaprovação em relação a uma pessoa, um grupo social, um assunto ou um fenômeno com o objetivo de que o leitor receba uma educação moral ou modifique certos hábitos.
Segundo especialistas no assunto, a sátira é uma composição tipicamente romana que surgiu no século II aC. C., mas que retoma a ironia da poesia iâmbica grega e a comédias de Aristófanes. No entanto, outros sustentam que os textos de Menipo de Gadara do século III a.C. c. Foram as primeiras sátiras, que mais tarde deram origem à sátira menipéia.
Em todo caso, a sátira como composição poética e como gênero literário Foi escrito e desenvolvido em diferentes períodos e movimentos artísticos posteriores, como a Idade de Ouro e o Neoclassicismo.
Para ter em conta:
Os conceitos de sátira e paródia não são sinônimos, embora sejam duas formas de ironia. Na sátira, o objeto ridicularizado ou criticado é um sujeito, um grupo social ou um modo de pensar. Em vez disso, no paródia o objeto sobre o qual a ironia é feita é outro texto, procedimento ou gênero literário. No entanto, isso não implica que na mesma obra possa haver sátira e paródia.- Veja também: sarcasmo e ironia
características de sátira
- tipos de textos. A sátira está presente em diferentes tipos de textos:
- textos em verso. eles são geralmente poemas. Por exemplo: sonetos, romances, epigramas e letrillas.
- textos em prosa. eles são geralmente textos narrativos. Por exemplo: romances e ensaios.
- sátiras menipéias. São aqueles em que verso e prosa se misturam.
- Peças de teatro. Parecem ser comédias, embora também possa haver sátira em tragédias.
- Tópicos. Os sujeitos ou os objetos para os quais a sátira é dirigida podem ser as maneiras de se comportar, uma pessoa específica, um grupo social, uma ideologia, um regime político, um modo de pensar, teorias filosóficas ou científicas, entre outros.
- Estilo. O estilo da sátira é sempre irônico, mas também costuma ser burlesco, humorístico ou sarcástico.
- Mirar. O objetivo da sátira é criticar para transmitir um ensinamento moral, modificar o comportamento das pessoas e mostrar a desaprovação do autor ao sujeito ironizado.
- figuras retóricas e dispositivos literários. As figuras retóricas e os recursos literários usados na sátira são os hipérbole, o comparação, a caricatura, o duplo sentido, justaposição, entre outros.
Exemplos de sátira
- fragmento de Livro XIII, de Caio Lucílio (148 ou 147-102 ou 101 a.C. C.). É uma sátira em verso em que os banquetes são ironizados.
Adicione um saco de cordovan vindo de Siracusa...
Suprima antes de tudo banquetes solenes e farras.
A mesma coisa é feita em um banquete; apresentarás ostras compradas por muitos milhares de sestércios.
Mas quando nos sentamos à mesa, fartamente abastecidos, com grande custo...
A comida do banquete era idêntica à comida pelo todo-poderoso Júpiter.
E não como um homem pobre, com um prato quebrado de solo de Samos. (…)
- Fragmento da "Primeira sátira" do Livro I, de Quinto Horácio Magro (65-8 a. C.). É uma sátira em verso em que se critica o comportamento de certos sujeitos.
Por que é que ninguém bem encontrado
Viva, ou Mecenas, com esse estado
Que, talvez, o acaso o destine,
Ou a quem por escolha, talvez, ele se curva?
E alguém deve ter
Quão feliz é aquele que segue outra carreira?
Feliz o Mercador! Diz o soldado,
De anos e fadigas quebradas.
Oh! O Mercador chora, por outro lado,
Quando seu navio sofre vento adverso,
É melhor, sim, a profissão de Marte.
A que se reduz? Num momento,
A luta está travada
E em morte rápida termina,
Ou em uma expiração festiva e gloriosa.
O advogado com inveja elogia
Ao labrador, se antes do galo cantar
O Litigante bate à sua porta:
E o próprio labrador, quando abandona
Suas propriedades, e em Roma ele aparece
por causa da pessoa dele
Um fiador responde, parece-lhe
Que só o Cidadão é invejável.
Disto há tantos exemplos todos os dias,
Que até Fábio, o falador infatigável,
Se ele fosse citá-los, ficaria cansado.
E por não entretê-lo mais,
Ouça a que fim minha palestra eu dirijo.
Se um Deus lhes dissesse: Vá na hora certa;
Isso eu venho te dizer; você, soldado,
Você tem que ser um comerciante; e você, Advogado,
No Labrador você vai voltar agora:
Mude seus papéis: go: ea! (…)
- Fragmento de “Sexta sátira. Contra os Avarentos”, de Aulo Persio Flaco (34-62 d. C.). É uma sátira em verso em que a ganância é criticada.
(...) O vulgo aqui não me preocupa, nem me preocupa
Ido com o vento cruel do meio-dia
Ele guarda os rebanhos infelizes.
Nem que por acaso o imóvel vizinho
é melhor que o meu. Parabéns
Enriquecer aqueles que não merecem
Aumento da condição; não para isso
A velhice prematura me entristece,
Não vou diminuir minha comida, nem ansioso
Eu vou colocar de uma garrafa sem gosto
O nariz no selo. o que mais pensa
Diversamente. Horóscopo, você guia
Para dois gêmeos em direções diferentes:
O único em seu filho pródigo nativo
Leguminosas secas que umedecem com destreza
Com salmoura comprada em um vaso vil,
Polvilhar o próprio prato com pimenta
Aquilo de que coisa sagrada participa,
Enquanto o outro com grandes dentes
Seu rico patrimônio se desperdiçou.
Vou aproveitar minha fortuna,
Sem isso, por isso, serve meus libertos
O pregado requintado, ou quer
Que exercita o paladar distingue
De todas as espécies. Vive sozinho
Com o que sua própria colheita produz;
As moagens de grãos que seus celeiros guardam
O que é que te intimida? (…)
- Fragmento da "Sátira V", de Décimo Junio Juvenal (60-128 dC. C.). É uma sátira em verso em que se critica o comportamento do rei em um banquete.
(...) Se você ainda não se envergonha do plano que está realizando e sua atitude é a mesma,
ou seja, considerar o maior bem viver das migalhas dos outros,
se você é capaz de suportar o que nem Sarmiento teria suportado
nem o homem vendido de Gaba na mesa discriminatória de César,
Mesmo se você jurar para mim, eu teria medo de confiar em seu testemunho.
Não conheço nada mais frugal do que o estômago. Suponha, porém,
que te falta exatamente o que uma barriga vazia precisa:
Não há um passo livre? Não há em algum lugar uma ponte e um pedaço
de esteira ainda menos da metade? Você aprecia tanto um jantar ofensivo?
Sua fome é tão faminta, quando é possível tremer de frio aí,
mas com mais honra, e morder um pedaço de pão imundo e adequado para cães?
Primeiro de tudo, coloque na cabeça que quando você for convidado para comer
Você recebe um salário integral por seus serviços anteriores.
O fruto de uma amizade importante é a comida: o rei põe na sua conta,
E, por mais estranho que pareça, coloca na sua conta, sim.
(...) Olha que corpo tem a lagosta que trazem ao patrão, como
enfeita o tabuleiro, e com que guarnição completa de espargos,
e aquela cauda com que desdenha a multidão quando se aproxima
carregado pelas mãos do imponente garçom.
Em vez disso, um camarão é servido em uma tigela pequena
dentro de meio ovo, uma refeição de oferenda fúnebre.
O mestre pulveriza seus peixes com óleo Venafro. Pelo contrário,
o repolho murcho que eles trazem para você, miserável, vai cheirar
para lâmpada. Porque o óleo é colocado em seus pratos
que transportaram com proa afiada os navios das Micipsas (...)
- Fragmento de "Icaromenipo ou acima das nuvens", de Luciano de Samósata (125-181 d.C. C.). É uma sátira menipéia que se escreve em forma de diálogo e na qual se ironizam diversas correntes filosóficas.
(...) Menipo. "Escute, então, já que o espetáculo de deixar um amigo de boca aberta não me parece educado, especialmente se, como você diz, ele está pendurado pelas orelhas."
Assim que eu, em minha investigação da vida, comecei a descobrir que todos os empreendimentos humanos eram ridículos, mesquinhos e inseguros - quero dizer riquezas, posições e poderes - optando por desprezá-los considerando que o esforço para alcançá-los era um obstáculo para alcançar os verdadeiramente sérios, tentei olhar para cima e contemplar o Universo. Naquela época, o que os filósofos chamam de “Cosmos” me causou grande perplexidade desde o início, pois não pude descobrir como ele havia sido formado, quem foi seu criador, qual seu começo e para que fim tendia. (…)
Encontrando-me naquele ponto, entendi que era melhor aprender todas essas questões com aqueles filósofos conhecidos, acreditando que eles poderiam me explicar toda a verdade. Portanto, depois de selecionar o melhor deles, como ele poderia supor pela seriedade e palidez do rosto e pela espessura da barba -muito grandiloqüentes e conhecedores do firmamento, tais homens imediatamente me apareceram-, entreguei-me em suas mãos através do desembolso de uma grande quantia, parte em dinheiro na época, concordando em pagar o restante mais tarde, depois de atingir o topo da sabedoria; Esperava, portanto, adquirir a ciência dos fenômenos celestes e compreender o sistema do Universo. Mas eles estavam tão longe de me tirar da minha ignorância anterior, que me fizeram cair em maiores perplexidades, por derrame sobre mim, dia a dia, princípios primeiros, causas finais, átomos, vazios, elementos, ideias e outras coisas para o estilo. Mas o que foi mais difícil para mim de tudo foi o fato de que nenhum deles concordava com o outro quando ele explicava, mas que todas as doutrinas eram contraditórias e opostas; e, no entanto, cada um tentou me convencer e me conquistar para sua própria teoria.
Amigo. — Estranho é o que você diz. É surpreendente que esses homens, sendo sábios, brigassem entre si por causa de suas teorias e não compartilhassem idéias idênticas sobre questões idênticas. (…)
- Fragmento de "Cabaça do Divino Cláudio", de Lucio Anneo Seneca(4 da manhã. c.-65 d. C.). É uma sátira menipéia em que a deificação de Cláudio, um imperador romano, é ironizada.
(...) Ouça o que aconteceu no céu. Meu informante é o único responsável pela veracidade. É anunciado a Júpiter que chegou uma pessoa de boa estatura, com cabelos grisalhos; que ameaça não sei o quê, porque sem parar balança a cabeça, e arrasta o pé direito; quando perguntado de que nacionalidade era, respondeu não sei qual, com tom alterado e voz confusa; seu jargão não é compreendido; Ele não é grego, nem romano, nem de nenhum povo conhecido.
3. Então Júpiter ordena que Hércules, que viajou pelo mundo inteiro e parecia conhecer todos os países, vá e descubra a qual nação ele pertence. Hércules, à primeira vista, sofreu um tremendo sobressalto, como se ainda tivesse monstros a temer. Ao notar a aparência nunca antes vista, no caminhar peregrino, na voz não de um animal terrestre, mas rouca e confusa, ela pensou que o décimo terceiro havia chegado até ela. trabalho. Olhando mais de perto, ele pensou ter visto algum tipo de homem. Então ele se aproximou dele e - coisa muito simples para um compatriota da Grécia - deixou escapar:
“Quem é você e de onde você vem? Onde fica sua cidade [e seus pais]?”
Cláudio se alegra com a presença de homens de letras e espera que haja lugar para suas histórias. Assim, ele também responde com outro verso de Homero, insinuando que ele é César:
"Um vento me carregou de Ilio e me aproximou dos Cicones",
mas a linha seguinte era mais exata e não menos homérica:
Lá eu arrasei a cidade e exterminei o povo. (…)
- Fragmento da "Aula de cortesanos", de Cristóbal de Castillejo (1490-1550). É um poema satírico em diálogo no qual os súditos da corte são criticados e ridicularizados.
(...) Lucrécio: E assim vai
o mundo, onde nunca haverá
neste caso em movimento;
que ninguém vale mais
de quanto tem e alcança,
como vemos
em mil ruínas que conhecemos
mostrem-se senhores,
de quem grande caso nós fazemos
por apenas ter dinheiro
E poder,
e outros que, por falta
desses bens temporais,
ninguém sente falta deles
ser nobre e leal;
de maneira
Que eu me esforce, mesmo que não queira,
por não dormir na palha,
encontrar caminho ou carreira
para melhorar minhas joias.(…)
- "A Don Francisco de Quevedo", de Luis de Góngora (1561-1627). Trata-se de um soneto, em que o objetivo da sátira é uma pessoa especial, o escritor Francisco de Quevedo.
Espanhol Anacreon, não há ninguém para te parar,
que não diz com muita cortesia,
que já que seus pés são de elegia,
que suas suavidades são de dobra.Não vai imitar Terenciano Lope,
o de Belleforte todos os dias
em tamancos de poesia cômica
coloca esporas e dá um galope?Com cuidado especial seus desejos
Eles dizem que querem traduzir para o grego,
não tendo olhado com os olhos.Empreste-os ao meu olho cego por um tempo,
porque eu trouxe certos versos preguiçosos,
e você entenderá qualquer grego mais tarde.
- Fragmento de “Segunda sátira. Para Arnesto. Sobre a má educação da nobreza”, de Gaspar Melchor de Jovellanos (1744-1811). É uma sátira em que os hábitos, conhecimentos e educação dos nobres são criticados e ridicularizados.
(...) Assim é, tão rançosa e tão incomparável sua linhagem,
que embora cacheados e cabelos castanhos,
Ele não deve nada a Ponces ou Guzmanes.
Você não os aprecia, você pensa mais do que eles,
e viver assim Seus dedos e seus lábios
calejado pela fumaça do cigarro,
índice são de sua criação. Nunca
passou de B-A ba. nunca suas viagens
além de Getafe, eles se espalharam.
Ele foi uma vez lá para ver alguns novilhos
juntamente com Pacotrigo e la Caramba.
Por sinais, que ele voltou com estrelas,
excessivamente bêbado e dormia ao relento.
Examine-o. (...) nada sabe.
trópicos, era, geografia, história
são palavras exóticas para os pobres. (…)
- Fragmento de "Vaidade", de Voltaire (1694-1778). É uma sátira em que se faz uma reflexão moral sobre a vaidade.
Por que acidente estranho?
Diga-me, pobre criatura,
Essa carranca sombria cobre sua testa larga?
Qual é, diga-me, a causa
Como seus olhos esbugalhados brilham
A raiva e a fúria? -O universo
Vingar deve assim minha honra ultrajada;
Por ele sou contemplado,
e séculos futuros
com justiça imparcial
Veja a malícia dos meus oponentes.
-O universo, amigo, nada pensa
Ele nem pensou em você, muito menos
A posteridade terá a ver com você.
Então cuide do seu negócio
Com sanidade sensata, e de sua vida
Aproveite os momentos fugazes (…)
Teste interativo para praticar
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Referências
- Hutcheon, L. (1992). Ironia, sátira e paródia. Uma abordagem pragmática da ironia. em h. Silva (Org.), Da ironia ao grotesco (173-193). Universidade Autônoma Metropolitana de Iztapalapa.
- Ministério da Educação e Formação (Espanha). (2010). Introdução aos gêneros literários: teoria e exercícios. Secretaria Técnica Geral.
- Munguía Zatarain, M. E. e Gidi Blanchet, C. E. (2015). Sátira. Em Dicionário Espanhol de Termos Literários Internacionais. Disponível em: DETL
- Descanso, j. (1991). conceitos de literatura moderna. CEAL.