10 exemplos de lendas etiológicas
Exemplos / / April 17, 2023
As lendas etiológicas são aqueles narrativas que incluem eventos fantásticos e que relatam como se originaram fenômenos meteorológicos, plantas, animais e outros elementos da natureza, como rios, mares, lagos, desertos e montanhas.
As legendas são relatos populares e anônimos de transmissão oral que surgiram para dar explicações sobre diversos acontecimentos, responder a inquietações ou transmitir ensinamentos.
Embora essas histórias incluam seres, eventos ou lugares maravilhosos ou extraordinários; Geralmente, mencionam lugares, datas ou personagens que existem ou existiram na realidade. Além disso, muitas pessoas acreditam que são histórias verdadeiras.
- Veja também: tipos de legenda
Características das lendas etiológicas
- Tópicos. Os temas das lendas etiológicas podem ser: o surgimento de elementos da natureza e a causa ou origem das características ou comportamento dos animais.
- Personagens. Os personagens das lendas etiológicas são pessoas, animais, plantas, deuses e seres fantásticos.
- Tempo. A época das lendas etiológicas é real, pois costuma-se especificar quando ocorreram os eventos narrados, embora em alguns casos não seja mencionado.
- Lugares. Os lugares das lendas etiológicas são geralmente lugares que existem ou existiram na realidade.
- visão de mundo. As lendas etiológicas refletem a visão de mundo da sociedade em que surgiram, ou seja, sua forma de pensar e conceber o mundo.
- propósito. O objetivo das lendas etiológicas é explicar como os seres ou objetos da natureza se originaram e, em alguns casos, transmitir um ensinamento moral.
Exemplos de lendas etiológicas
- A lenda da pedra gigante do Paraná
Essa lenda narra a origem de uma pedra gigante encontrada no Paraná, rio do Brasil, Paraguai e Argentina, e que tem a forma de uma mulher que carrega uma embarcação na cabeça.
Conta-se que há muitos anos uma jovem morava com o avô e nunca o ajudava nas tarefas domésticas. Certa vez, o velho estava com muita sede e pediu à neta que fosse buscar água no rio. Ela protestou, mas finalmente aceitou a tarefa.
A menina pegou uma vasilha, foi até o rio, encheu de água, colocou na cabeça e começou a reclamar da tarefa que lhe fora confiada. Deus ouviu os comentários da mulher e a transformou em pedra como punição.
- A lenda do vento Puna
Esta lenda narra a origem do vento Puna, o planalto que está localizado na zona central da cordilheira dos Andes.
Diz-se que os morros desta região experimentam sentimentos e emoções, por isso, quando estão com medo ou com raiva, sopram um vento muito forte que faz com que as pessoas se afastem.
Existem outras versões desta lenda, por exemplo, a que explica que o vento vive entre as colinas e se sente que uma pessoa se aproxima, expulsa-a.
- A lenda da pedra do diabo
Esta lenda conta a história de uma pedra encontrada em Boyacá, na Colômbia, e que tem a forma de um trono. Conta-se que um homem estava caminhando na colina, encontrou uma criança chorando e se aproximou dela para perguntar o que havia de errado com ela. O menino disse-lhe que estava com fome e com sede.
O senhor foi buscar água e comida para o menino, que, quando acabou de comer e beber, transformou-se em uma besta e sentou-se sobre uma pedra. O homem fugiu e a pedra se tornou um trono, mais especificamente, o trono do diabo, pois o menino era realmente o rei das trevas.
Os habitantes deste local dizem que à noite ouvem-se uivos e sons estranhos e que não é conveniente caminhar perto desta pedra.
- A lenda dos vulcões do Vale do México
Esta lenda mexica conta a história de como se formaram os vulcões Popocatépetl e Iztaccíhuatl. Diz-se que Iztaccíhuatl era uma princesa e Popocatépetl, um guerreiro. Os jovens viviam muito próximos e na primeira vez que se conheceram apaixonaram-se perdidamente.
Naquela época os mexicas estavam em guerra com outros povos e Popocatépetl teve que ir lutar. A batalha acabou, mas o jovem não voltou. Iztaccíhuatl ficou tão triste com a ausência do guerreiro que adoeceu e depois faleceu.
Poucos dias depois do trágico acontecimento, Popocatépetl voltou para casa, soube que sua amada havia morrido e levou seu corpo para um vale, onde ela se tornou um vulcão e ele, outro.
- a lenda do colibri
Esta lenda maia narra a origem do beija-flor. Diz-se que os deuses criaram todos os seres vivos e objetos na terra de lama e milho. Cada animal e cada objeto tinha uma função específica, mas os deuses perceberam que faltava uma entidade encarregada de transportar ideias e sentimentos. Ocorreu-lhes que tal tarefa poderia ser executada por um pequeno pássaro, porém, já haviam utilizado todos os materiais de que dispunham.
Eles não sabiam o que fazer, até que um deus teve uma grande ideia: ele pegou uma pedra de jade, esculpiu-a na forma de uma flecha e deu-lhe vida. Assim nasceu o primeiro beija-flor, a ave que carrega bons pensamentos e sentimentos de um lugar para o outro.
- A lenda da flor cempasúchil
Esta lenda mexica explica a origem da flor cempasúchil. Conta-se que dois jovens, Xóchitl e Huitzilin, estavam muito apaixonados e, por isso, subiram ao topo de uma montanha para pedir a Tonatiuh, a divindade do sol, que abençoasse sua união. O deus, sem hesitar, aceitou o pedido do casal e disse-lhes que o amor deles duraria para sempre.
Tudo estava indo bem até que Huitzilin teve que ir para a guerra e logo morreu em combate. Xóchitl sentiu-se muito sozinha e triste, ela voltou para a montanha e pediu ao deus sol que a unisse para sempre com seu amado. Tonatiuh transformou a jovem em uma flor, que permaneceu fechada por muito tempo.
Alguns meses depois, um beija-flor se aproximou da flor e a flor, percebendo que o pássaro era Huitzilin, se abriu e ficou feliz porque finalmente havia se reunido com sua amada.
- A lenda do Lago Camécuaro
Esta lenda Purepecha narra a origem do Lago Camécuaro, localizado na cidade de Tangancícuaro, no México. Diz-se que Huanita, uma princesa, e Tangáxhuan, o jovem herdeiro do império Purépecha, estavam muito apaixonados.
Um dia, um padre sequestrou a princesa e a trancou na pirâmide Cutzé. Huanita estava muito triste, chorava sem parar e eram tantas as lágrimas que saíam de seus olhos que se formou um lago. Por isso, Camécuaro significa “lugar de amargura escondida”.
Logo depois, Tangáxhuan descobriu o que havia acontecido e conseguiu descobrir onde estava sua amada. Ele foi até a pirâmide, viu o padre e atirou uma flecha que atingiu um sabino, uma espécie de árvore.
O jovem conseguiu resgatar a princesa e uma fonte de água verde cristalina começou a brotar da árvore.
- a lenda do canguru
Esta lenda australiana explica a origem do movimento dos cangurus nas patas traseiras. Diz-se que há muito tempo esses animais andavam de quatro. Mas um dia, tudo mudou. Um canguru descansava tranquilamente na sombra, viu um homem com uma lança e pensou que o ser humano não tinha boas intenções e que era melhor fugir o quanto antes.
O canguru começou a correr e o homem o perseguiu por várias horas, até escurecer. O animal se escondeu, mas percebeu que o humano ainda o perseguia. Então ele pensou que se estivesse sobre duas pernas como o caçador, talvez andasse mais rápido. Ele testou sua ideia e não apenas conseguiu se mover mais rápido, mas também deu grandes saltos.
Foi assim que o canguru conseguiu escapar do homem e aprendeu a andar sobre duas pernas.
- a lenda do girassol
Esta lenda Guarani explica a origem do girassol. Conta-se que havia duas tribos vizinhas separadas pelo rio Paraná e que mantinham uma relação muito boa. Um dia Mandió, o cacique de uma das tribos, disse a Pirayú, o cacique da outra:
— Para que nossos povos fossem mais unidos, eu teria que me casar com Carandaí, sua filha.
"Isso não será possível, porque minha filha está destinada ao Deus Sol. Pirayu respondeu.
Mandió não aceitou o não como resposta e mandou seus homens à tribo vizinha para capturar Carandaí. Mas eles não só fizeram isso, como também incendiaram algumas casas.
Carandaí ficou muito aflita e para que o fogo acabasse, ela pediu ao Deus Sol que ajudasse os de sua tribo. A divindade apagou o fogo e transformou a jovem em uma flor, que sempre gira em busca do sol.
- A lenda das Cataratas do Iguaçu
Esta lenda Guarani explica a origem das Cataratas do Iguaçu. Conta-se que Panambí e sua mãe moravam bem perto do rio. Todos os dias a jovem subia o rio com sua canoa em busca de comida.
Um dia Panambí estava voltando para casa de canoa e ela viu um homem que estava navegando no rio e ele a deixou hipnotizada. Quando voltou a si, já era noite e a lua se refletia na água. Ela correu para ir para casa, onde sua mãe a esperava muito preocupada.
Uma noite Panambí estava sentada na beira do rio, ouviu uma canoa, viu o mesmo homem navegando, começou a andar pela água sem perceber que estava afundando e, por fim, se afogou.
O homem, que na verdade era Pyra-yara, o deus e dono do rio, agarrou o corpo da menina e o colocou sobre uma pedra. A pedra e Panambí se transformaram em um grande salto e assim surgiram as Cataratas do Iguaçu.
Siga com:
- lendas maias
- lendas antigas
- lendas japonesas
- lendas mexicanas
- lendas colombianas
- lendas equatorianas
Teste interativo para praticar
Referências
- Cherudi, S. (1975). A lenda folclórica na Argentina. Relações da Sociedade Argentina de Antropologia, 9, 69-75. Disponível em: SEDICI
- Rosália, P. e Rionda, P. (2015). Notas para conferências: A revalorização da tradição oral como estratégia educativa. Contos do Vento.
- Vidal de Battini, B. E. (1984). Contos e lendas populares da Argentina. Volumes VII e VIII. Edições Culturais Argentinas.