Importância da Liberdade
Miscelânea / / August 08, 2023
A liberdade foi - e sempre será - o principal referente dos processos de transformação social, nas rebeliões e mudanças no exercício do poder que ocorreram ao longo da história. É um princípio da natureza da vida humana e social, que se entende como a capacidade de exercer livremente a vontade individual, sem submissão externa. A liberdade coloca um questionamento implícito de toda relação de poder e tem acompanhado o ser humano como forma de compreender a vida, uma aspiração não resolvida, ou de muitas outras formas, na medida em que interage sempre entre o desejo e a realidade social.
Liberdade e Igualdade
Para a Constituição das sociedades modernas, a liberdade e a igualdade são princípios que acompanham e reforçam constantemente as formas de governo e a coesão social. Embora para o pensamento moderno essas sejam duas premissas harmoniosamente relacionadas, em muitos casos elas são reivindicadas de forma antagônica. A liberdade bifurca-se entre uma relação orgânica com o bem comum e a vontade coletiva, e uma concepção individual, sustentada no princípio da liberdade.
propriedade privada (Primeiramente, de si mesmo, mas com extensão para a acumulação privada como base da economia capitalista).O contraste entre a liberdade individual e a liberdade coletiva ou o bem comum legitima a desigualdade nas sociedades modernas, na medida em que em que a liberdade de uma pessoa se ajusta ao espaço que ocupa na estratificação social, limitando e subordinando o exercício real da liberdade. É por isso que o pensamento moderno tem necessariamente vinculado igualdade e liberdade como pilares de um mesmo projeto social.
Autoridade e Liberdade
A liberdade é exercida em uma sociedade como contrapartida às formas de autoridade que se constituem nas estruturas políticas, econômicas, sociais, religiosas, etc. Para as correntes filosóficas inspiradas no anarquismo, o Estado como forma de monopólio do A soberania, assim como as instituições religiosas de poder, suplantam a natureza livre de ser humano. Ao contrário, outras correntes filosóficas defendem que o princípio da autoridade é fundado para criar uma ordem social, para evitar o perigo de caos e "desordem" na sociedade que levariam ao livre desenvolvimento da vontades.
Uma maneira de definir a liberdade é como a ausência de sujeição ou subordinação. A legitimação de uma forma de autoridade social pode opor-se ao livre exercício da vontade. A partir das revoluções modernas, as formas de governo buscam legitimar a partir do livre exercício da vontade sob a premissa dos direitos naturais do ser humano, entre os quais se estabelece a liberdade, porém, as relações de poder eles também permanecem, estabelecendo formas de governo e conflito que determinam o desenvolvimento histórico da sociedade. Essa forma de exercício da autoridade na modernidade seria chamada de governamentalidade pelo filósofo Michael Foucault, sob o projeto político que mais tarde constituiria a liberalismo.
liberdades civis
O liberalismo propõe a categoria das liberdades civis para se referir a uma derivação de formas de exercício da liberdade (de expressão, associação, propriedade, trabalho, comércio, culto, de comunicação, etc.) do sujeito institucional que seria o cidadão, enquanto indivíduo pertencente a um Estado, com direitos políticos iguais a cada um dos demais cidadãos. O reconhecimento de liberdades e direitos constituiria o centro de tensão dentro do projeto democrático que surgiria sob o liberalismo.
Os direitos e liberdades civis seriam uma forma de regular e exercer a governança com base no reconhecimento da liberdade humana, seja como princípio natural ou como valor das sociedades modernas, ao mesmo tempo que a subordina ao reconhecimento legal e jurídico do Estado, e das relações de poder que a constituem historicamente. Ao mesmo tempo, o liberalismo tornou-se a expressão política da economia capitalista, onde a acumulação privada de capital como parte do as liberdades econômicas de alguns cidadãos abriram um campo de desigualdade social, que discriminou diretamente as liberdades reais -não legais- dos pessoas.
Fontes
Bakunin, Mikhail. Deus e o Estado. Coleção Utopia Libertária. O dinheiro. 2008.
Berlim, Isaías. Dois Conceitos de Liberdade. Universidade de Oxford. 1958.
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