Importância da Alimentação
Miscelânea / / August 08, 2023
Graduação em Biomedicina
Podemos resumir a importância da alimentação em uma palavra: Vida. Por razões biológicas, precisamos nos alimentar de alguma forma para manter nosso corpo funcionando. Porém, como uma das atividades mais importantes para o desenvolvimento e crescimento, não podemos restringir seu valor apenas ao ato de comer, pois envolve muitos outros aspectos como economia, cultura, relações sociais, valores, entretenimento, saúde, bem-estar e, claro, o amor.
realidades econômicas
Economicamente falando, as despesas com alimentação implicam um custo fixo no orçamento de qualquer pessoa durante toda a sua vida. O percentual destinado à compra de alimentos é geralmente alto considerando a renda das famílias de classe baixa e média. Sem falar que, segundo o relatório da ONU de 2021, 10% da população mundial passou fome e 30% sobreviveu na linha da pobreza, ou seja, sem ganhar o suficiente para garantir alimentação adequada para seus família.
A renda familiar também está diretamente relacionada à qualidade dos alimentos consumidos. Isso pode ser observado na compra de alimentos mais sofisticados (por exemplo, carne de lombo ou salmão) ou mesmo na variedade de frutas ou vegetais. Alimentos ultraprocessados também costumam fazer parte da mesa das famílias mais humildes devido ao seu baixo custo (macarrão instantâneo em lugar de macarrão caseiro), porém, vale ressaltar que a publicidade em torno deles os fez ganhar audiência entre outros estratos sociais maior.
O problema da fome no mundo não é a falta de alimentos, já que a indústria, seja pecuária, agrícola ou de processamento, é uma das maiores e que mais movimenta dinheiro; afinal, todo mundo precisa comer. E a partir dessa demanda, envolvemos a alimentação em vários aspectos do cotidiano que, como dissemos acima, vão muito além da necessidade fisiológica de comer.
Nutrição no eixo nutricional e saúde integral
Tudo o que comemos é transformado em energia para o nosso corpo. Esta transformação, tanto mecânica (mastigação) como química (enzimas digestivas) permite fracionar os alimentos a nível molecular, dividindo-o entre as diferentes vitaminas que o compõem para que possam ser absorvidos pelas células e direcionados aos órgãos que eles precisam. Por exemplo, o ferro, elemento presente principalmente em carnes e vegetais verde-escuros, é essencial para as células do sangue e sua deficiência em nosso corpo leva a um processo conhecido como anemia, que faz com que o corpo não tenha energia para desempenhar plenamente suas funções. funções.
A alimentação é a chave não só para o bom funcionamento biológico, mas também para uma vida saudável, e podemos ver seus reflexos desde o ambiente intrauterino até nossos últimos anos. Um estudo publicado no International Journal of Gynecology & Obstetrics em 2016 relata um risco oito vezes mais chances de desenvolver diabetes em crianças/adolescentes cujas mães tinham diabetes gestacional. Uma vez fora do útero, a alimentação pode estar relacionada a diversas doenças, e o que vai determinar se será bom ou ruim para nossa saúde é um fator simples: a quantidade.
Comer muito açúcar e gordura está ligado ao desenvolvimento de diabetes e dislipidemia (colesterol alto). O nitrato (conservante) presente em alimentos industrializados como bacon e presunto está associado como fator de risco. risco para o aparecimento do câncer, porém, o nitrato natural presente nos alimentos folhosos pode preveni-lo.
A resposta para a questão do que torna um alimento útil para você está na variedade consumida. (para que todas as vitaminas e minerais estejam presentes nas quantidades certas) e em equilíbrio. Comer um doce, um cachorro-quente, beber um refrigerante, não são as exceções que nos farão mal, mas sim os excessos. Ninguém precisa se privar de uma alimentação gostosa e pobre em nutrientes desde que não faça parte da rotina alimentar e que não esteja diretamente relacionado a nada que afete o corpo imediatamente (como alergias e intolerâncias específico).
Identidade cultural e alimentação
Temos 193 países ao redor do globo divididos em continentes e regiões, e cada um deles expõe um contexto climático, político e sócio-econômico particular, cujas populações locais são obrigadas a se adaptar e, assim, estabelecem suas referências alimentares ao longo os anos. Os lugares próximos ao oceano têm uma dieta baseada em peixes e crustáceos, os lugares frios consomem muita raiz em conserva, etc.
Basicamente, a comida faz parte da cultura local. Este património, muitas vezes transmitido de geração em geração, está diretamente ligado à vida daquele povo e começa a influenciar a identidade daquele povo.
O macarrão tornou-se popular como prato italiano da mesma forma que o sushi se tornou popular na culinária japonesa. Na Inglaterra temos o popular peixe e batata frita, ou seja, peixe e batata, na Alemanha salsichas, e a culinária indiana ficou famosa por seus temperos. Estes são exemplos reconhecidos da associação cultural de pratos a um país.
São inúmeros os pratos típicos que, mesmo utilizando os mesmos ingredientes, mudam completamente a forma como são preparados e apresentados. Hoje é muito mais fácil viajar, sem se referir à parte turística, que também está intimamente ligada ao comida, mas no sentido de que facilitou o transporte de ingredientes de um lugar para outro em espaços de tempo curto. Da mesma forma, os processos migratórios transferem costumes culinários restritos a uma região para conquistar o mundo. É a possibilidade de comer algo típico de outros países em nossa cidade ou mesmo em nossa casa.
A comida também é uma forma de expressar nossas crenças e valores. Quando nos voltamos para a parte espiritual, podemos identificar a influência religiosa, assim como os mitos e dogmas transferidos diretamente para a cozinha. existe um grande simbologia que relaciona o alimento à prática religiosa, constituindo formas de respeito e obediência. Judeus e muçulmanos seguem várias leis alimentares compartilhando, por exemplo, a proibição do consumo de carne de porco. No hinduísmo a vaca é sagrada e seu consumo é proibido, algumas raças são até vegetarianas. O movimento Hare Krishna, por sua vez, além do vegetarianismo, não consome plantas com aroma forte como alho, cebola, cebolinha, pois podem despertar o desejo sexual. No cristandade, o pão é sagrado e consagrado em vários rituais religiosos como a Ceia do Senhor e a Eucaristia.
Usamos a comida como forma de protesto. O vegetarianismo estrito, ou seja, não consumir nada de origem animal, é uma forma de mostrar ao mundo a oposição à exploração animal. Além disso, a compra de produtos apenas de pequenos produtores, o boicote a certas marcas que promovem o desmatamento, etc. Nosso estilo de vida se expressa em vários aspectos e, muitas vezes, nos permite criar voz para lutar pela mudança.
Interação social e entretenimento
Comer é prazeroso e é por isso que gostamos tanto de compartilhar essa experiência. É possível conectar um grupo totalmente aleatório através de um fator comum, permitindo assim a interação social de forma interpessoal. Socialmente falando, a comida tem papel de destaque nas relações sociais, pois enquanto compartilhamos a mesa é possível desenvolver uma infinidade de interações como conhecer, conversar, desabafar, comemorar, entre muitas outras coisas. Um primeiro encontro em uma cafeteria ou um pedido de casamento naquele restaurante romântico, um encontro com os amigos, um happy hour depois do trabalho, um jantar de companhia. Exemplos de encontros sociais nesta estrutura são abundantes, e por uma simples razão: a comida facilita comunicação.
A comida também é uma forma de expressar amor. Quando analisamos uma reunião familiar, que pode ser um almoço de domingo, notamos o cuidado com que o quem vai cozinhar escolhe a receita, os ingredientes, o preparo do prato, buscando agradar o presente. Esse almoço cria uma memória afetiva, que é acessada toda vez que o prato é saboreado com ou sem a família. De forma mais ampla, podemos imaginar o mesmo nível de detalhamento em uma festa de casamento, onde o cuidado psicossocial na seleção do cardápio não busca criar um momento inesquecível apenas para o casal mas também para os convidados.
Atualmente, o gastronomia é sinônimo de entretenimento. Reality shows com chefs famosos, vídeos em plataformas online, revistas, livros, etc., tudo dedicado à culinária amador com ares profissionais em que qualquer pessoa habilidosa pode se aprofundar, antes restrito a chefs. A procura por participar desse mundo é cada vez maior entre os apreciadores de bons pratos e, assim, o preparo é valorizado e a comida adquire um sabor especial.
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