Definição de apolíneo e dionisíaco
Miscelânea / / July 04, 2021
Por Javier Navarro, em jun. 2018
Para muitos artistas e filósofos, a mitologia grega tem sido uma fonte permanente de inspiração. Nesse sentido, o filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900) tomou os deuses Apolo e Dioniso como referência simbólica para apresentar sua visão da arte e da cultura ocidental. A primeira menção de ambos os deuses apareceu em sua obra "O Nascimento da Tragédia".
O apolíneo e o dionisíaco
Para Nietzsche, esses dois adjetivos servem para qualificar as diferentes manifestações artísticas. O Apolíneo expressa as formas acabadas e belas que se manifestam nas artes figurativas, enquanto o dionisíaco se refere às manifestações artísticas baseadas no ritmo e paixão. Portanto, trata-se de duas forças criativas ou dois tipos de Energia que o artista usa como forma de expressão para expressar seus desejos e preocupações.
O deus Apolo serve de símbolo para explicar a arte que busca perfeição nas formas e clareza conceitual, como é o caso da arquitetura pintura clássica figurativa ou poesia com métrica convencional. Essas manifestações artísticas são apolinas porque se baseiam no anseio por sabedoria e serenidade estética.
O deus Dioniso representa os impulsos e instintos primários. Assim, na arte destaca-se pela componente paixão, como se vê em algumas danças, na música primitivo e, em última instância, em qualquer expressão artística que busque se conectar com os mais profundos instintos humanos.
Dois símbolos que se complementam
Para Nietzsche, esses símbolos não são totalmente antagônicos, pois em toda arte há componentes apolíneos e dionisíacos. O filósofo vem dizer que força A inspiração do deus Apolo carrega Dioniso dentro de si e, inversamente, qualquer manifestação dionisíaca oculta um componente apolíneo.
No campo educacional
As reflexões de Nietzsche sobre ambos os conceitos podem servir como referências válidas para o Educação. Assim, qualquer modelo educacional deve incluir ambas as forças criativas. O Apolíneo está presente na clareza conceitual e nos aspectos formais do processo de ensino.Aprendendoenquanto o dionisíaco bate no emoções mais primário do indivíduo. Ou seja, aprendemos com a razão simbolizada no deus Apolo e com a paixão de inspiração dionisíaca.
A visão de Nietzsche se conecta com a abordagem de Freud
Para Freud, os esquemas mentais individuais são divididos em três dimensões: o id, o superego e o ego.
- O id é a parte primária do nosso psiquismo e busca a satisfação dos prazeres mais básicos e por isso essa dimensão do indivíduo tem uma força dionisíaca.
- O superego é a parte do nosso psiquismo onde estão incorporadas as normas morais que regem toda a sociedade e de alguma forma esta dimensão estaria associada ao Apolíneo.
- O id e o super self se encontram de forma permanente conflito (o que queremos fazer e o que devemos fazer) e entre os dois estaria a terceira estrutura mental, o self.
Foto: Fotolia - Karepa
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