Definição de Agnus Dei (Cordeiro de Deus)
Miscelânea / / July 04, 2021
Por Javier Navarro, em set. 2016
As palavras Agnus Dei significam "Cordeiro de Deus" e para entendê-las você tem que contextualizá-las dentro do tradição do Cristianismo.
O cordeiro em símbolos cristãos, arte e liturgia
No artecristão do período cristão inicial e medieval o cordeiro é mais do que um animal, pois representa simbolicamente Jesus Cristo. Nesse sentido, uma das referências bíblicas em que Jesus Cristo é descrito como o "Cordeiro de Deus" aparece no episódio. do batismo de Jesus Cristo no rio Jordão, no qual João Batista diz expressamente "eis o Cordeiro de Deus" (João 1, 25-37). Seguindo esta tradição, São Paulo se refere a Jesus Cristo como "nosso cordeiro pascal". Na liturgia também é mencionado, especificamente quando se refere ao "Cordeiro que tira os pecados do mundo" (Jo 1: 29-36).
Da mesma forma, durante o Idade Média a foto do ressuscitado Jesus Cristo teve o aparência de um cordeiro. Não se deve esquecer, por outro lado, que nos textos sagrados do judaísmo um cordeiro é sacrificado durante a Páscoa judaica.
Embora o cordeiro seja uma das formas de representar Jesus Cristo, ao mesmo tempo representa o conceito de virtude, visto que é um animal manso e este característica faz com que sirva de modelo ideal do que o ser humano deve ser com relação a Deus, ou seja, alguém humilde que se deixa guiar pelo O Criador. Por outro lado, deve-se levar em conta que os hebreus se dedicavam principalmente ao pastoreio e, portanto, os cordeiros precisavam de pastor; circunstância que pode ser extrapolada para a relação entre a humanidade (o rebanho) e Jesus Cristo (o bom pastor).
O mundo animal na Bíblia e na tradição cristã medieval
Na Bíblia, os animais são usados para expressar ideias e há muitos exemplos que ilustram o binômio animal-ideia nos evangelhos (o exemplo da serpente simbolizando o mal na passagem no paraíso terrestre é o mais conhecido). Por outro lado, deve-se notar que a Bíblia fala de animais puros e impuros, ou seja, aqueles que podem ser comidos e aqueles que não podem. Entre os primeiros podemos destacar o burro, o cordeiro e alguns pássaros. Entre os impuros está o porco, a lebre ou o camelo.
A proeminência dos animais na tradição cristã foi mantida na Idade Média, especialmente por meio de bestiários medievais, um Gênero sexualliterário em que o mundo animal passa a ser uma alegoria para refletir sobre os valores humanos.
Fotos: Fotolia - jorisvo
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