Definição de Cultura Paracas
Miscelânea / / July 04, 2021
Por Javier Navarro, em outubro 2018
A pouco mais de 300 km da cidade de Lima está a Península de Paracas. Estava neste território onde em 1925 o arqueólogo, antropólogo e médico peruano Julio César Tello descobriu alguns assentamentos humanos de um antigo civilização pré-inca. São conhecidas como Cultura Paracas, que se desenvolveu entre o século Vll aC. Século C e II DC. C.
De acordo com a maioria das pesquisas, esta civilização vem da cultura Chavín e é o precedente da cultura Nazca.
Vida quotidiana
As diferentes escavações realizadas ao longo dos anos nos permitiram conhecer como era o cotidiano da Cultura Paracas. Seus habitantes tinham amplo conhecimento sobre o exploração de água e isso permitiu que eles se dedicassem a agricultura, especificamente para cultura de algodão, milho, feijão e feijão (para melhorar a fertilidade da terra eles usaram excrementos de pássaros como composto)
Além disso, eles aproveitaram recursos naturais do mar e dominou as técnicas de navegação. Não eram comunidades isoladas, pois mantinham relações comerciais com os povos que habitavam as montanhas.
Eles tinham um bom senso artístico, que é evidente em cerâmicas e têxteis. Em ambas as formas de artesanato aparecem elementos iconográficos com seres mitológicos, como o felino voador e outras criaturas estranhas.
Do ponto de vista da organização humana, a sociedade foi dividida em três grupos principais: os sacerdotes que governavam em nome dos deuses, guerreiros que representavam as classes nobres e fazendeiros e artesãos.
Mantos funerários e operações cranianas
Nesta cultura, os cadáveres eram mumificados usando técnicas sofisticadas. A múmia foi enrolada em uma mortalha envolta por uma série de lenços de papel e colocada em uma cesta de vime em posição fetal. Junto com as múmias, foram encontrados objetos da vida cotidiana, como vasos, tecidos e outros enfeites. O pacote que constituiu a múmia é denominado feixe funerário. Esses restos foram encontrados na necrópole Wari Kayan.
O processo de mumificação foi muito semelhante ao do Egito Antigo. Nesse sentido, os órgãos do corpo e do cérebro eram extraídos da estrutura craniana e, para manter a múmia em bom estado, utilizavam-se sal moído, alcatrão, cal e outros ingredientes. Anteriormente, o tamanho do cadáver era reduzido submetendo-o a um fogo lento.
Sinais de trepanação aparecem em muitos dos crânios encontrados. Era cerca de um intervenção cirurgia que poderia ter três objetivos: cicatrizar fraturas nas paredes ósseas, aliviar dores de cabeça ou combater doenças mentais (neste sentido é muito provável que acreditassem que quando o crânio foi aberto, os espíritos malignos que causou o mal). Para isso, usaram ferramentas feitas de obsidiana, prata e ouro. Além dessas operações, eles também realizavam deformações cranianas.
Na área médica, a folha de coca era usada como anestésico.
Fotos: Fotolia - Vadim_petrakov / Ana
Tópicos da Cultura Paracas