Conceito em Definição ABC
Miscelânea / / November 29, 2021
Definição conceitual
A escola sofística foi uma escola filosófica da Grécia Antiga, que surgiu por volta do século 5 aC. C. Os sofistas eram oponentes do platonismo, eles começaram de uma concepção heraclitiano da realidade, segundo a qual o ser é plural e móvel.
Treinamento de filosofia
O sofisma surge no contexto do processo de democratização do sistema político ateniense, e ao qual pertencem duas figuras fundamentais: Protágoras e Górgias.
Princípios de Protágoras
Protágoras estabelece uma série de teses relativísticas, de acordo com o princípio de “o homem como medida de todas as coisas, daquelas que são, das que são e das que não são, das que não são”(Conhecido como homo mensura), e com o princípio de identidade entre ser e aparência.
Conseqüentemente, com a concepção heraclítica da realidade - pela qual tudo é permanente tornar-se-, admite-se que tanto o sujeito cognoscente quanto o objeto a ser conhecido estão em constante mudança; portanto, o conhecimento, produto da conjunção entre os dois, também está mudando o tempo todo. Desse modo, não é possível que seja imutável, universal e necessário, como postulou Platão, mas é mutável, particular e contingente.
o sensação É a única forma de conhecimento possível, o que é captado pelos sentidos, ou seja, a aparência, equivale ao ser. Protágoras afirma, contra o platonismo, que não é possível ir além do âmbito da experiência humana, não existe uma "ideia".
Aristóteles questionará a tese do protagonista, afirmando que ela infringe o princípio do não. contradição, já que sob a tese da homo mensura, a mesma coisa pode ser afirmada e negada ao mesmo tempo. No entanto, o sofista afirma que não há contradição, uma vez que algo e o oposto podem ser predicados sobre um objeto, sempre sob relações diferentes. Para que haja uma contradição, a mesma coisa deve ser afirmada e negada ao mesmo tempo e sob a mesma relação.
Dois problemas centrais associados à virtude aparecem na teoria de Protágoras: a possibilidade de sua Aprendendo, e seu papel na sociedade. Sobre o aprendizado da virtude, Protágoras afirma que ela pode e deve ser aprendida e, portanto, deve ser ensinada (ele se opõe a Górgias). A sociedade só é possível por meio da virtude, ou seja, do respeito mútuo e da prática da justiça. É necessário que todos os homens participem da virtude (areté politiké) para que a grupo social subsistir. o Educação permite que a natureza do homem mude, uma vez que o ser é mutável.
O pensamento de Protágoras tem uma base agnóstica. Ignora-se a existência ou inexistência dos deuses, de onde deriva toda a teoria, pois, dispensando a natureza divina imutável, fica o relativismo humano. No nível dos homens, não existem verdades superiores às outras. Todas as opiniões são verdadeiras (sendo iguais à aparência), a verdade é relativa ao indivíduo.
A possível diferença entre a opinião dos homens é dada pela sua utilidade para a sociedade, aí reside o pragmatismo de Protágoras. Todas as opiniões são igualmente verdadeiras, mas não são igualmente úteis.
O relativismo se aplica a todos os planos da realidade, em termos de epistemologia, conhecimento intelectual sensível e em termos de ética, juízos de valor e normas morais.
Princípios de Górgias
Por sua vez, Górgias toma como ponto de partida as ideias de Protágoras, mas difere dele em seu ceticismo linguístico. Ou seja, afirma que a linguagem não manifesta a realidade. A palavra corresponde a experiências de realidade necessariamente diferentes, uma vez que não existe uma realidade universal compartilhada pelos indivíduos. Daí suas três teses:
1) Não há essência. Se há essência, deve ser eterno, portanto infinito. Conseqüentemente, sendo infinito, não poderia ser de forma alguma. Aquilo que não está em nada não existe.
2) Se a essência existisse, ela não seria cognoscível.
3) Se a essência existisse e fosse cognoscível, não seria comunicável. A palavra apenas transmite sons que atuam como signos, diferentes de seu significado. Esse significado, a realidade, não pode ser transmitido pela palavra.
A linguagem não transmite uma realidade comum, uma vez que não existe, uma vez que não existem essências; a compressão se dá a partir da realidade particular de cada indivíduo, o limite da comunicação é a experiência. A relação das palavras com as coisas é associativa.
Górgias concebe a palavra como um instrumento de dominação e manipulação. A linguagem tem a capacidade de provocar sentimentos e mudar opiniões. Em sua teoria, o poder de persuasão da palavra é interpretado como uma forma de violência.
Ao contrário de Protágoras, Górgias propõe o ensino da retórica como uma ferramenta, mas o uso que seus discípulos dão a essa ferramenta está fora de seu alcance.
Política como saber
Sócrates argumenta com os sofistas em duas questões: a natureza da justiça e política como saber.
Tanto os sofistas quanto Sócrates concebem a política como uma virtude e, por sua vez, como uma forma de conhecimento. A diferença é se a virtude em geral e, especificamente, a virtude política pode ser ensinada.
Sócrates, nos diálogos platônicos, concebe a política como um conhecimento intermediário, uma opinião. Embora o conhecimento (episteme) seja sempre verdadeiro e baseado em razões, a opinião pode ser verdadeira ou falsa e não tem fundamento.
A sofística e a retórica persuadem produzindo meras opiniões (pseudo-conhecimento), mas não conhecimento. Esse pseudo-conhecimento não busca o bem, mas o prazer; portanto, não tornam os cidadãos melhores, mas piores e mais injustos.
A verdadeira política, ao contrário, está orientada para o bem da alma e, portanto, para o bem dos cidadãos.
Bibliografia
Vernant, J.P. (1972) As origens do pensamento grego, Bs. As: EUDEBA.
Platão (2003). Diálogos Obra completa em 9 volumes. Volume I: Desculpas. Crito. Eutífron. Íon. Lysis. Charmids. Hipias menor. Hípias major. Laques. Protágoras. Madrid: Editorial Gredos.
Tópicos em sofística