Definição de Economia da Dádiva
Miscelânea / / June 23, 2022
definição de conceito
O dom, a nível sociocultural, refere-se a uma capacidade natural ou habilidade inerente e única ao indivíduo, que foi dadaísta, por exemplo, o dom da vida a partir da essência do ser, ou uma habilidade particular em um esporte; no quadro produtivo adapta-se à ideia do que alguém dá a outro desinteressadamente, sem necessariamente ser algo material, ou seja, pode ser apenas um gesto, uma palavra, em torno de forjar um vínculo que construa efeitos positivos de confiança e tratamento para o desenvolvimento de uma comunidade ou grupo Social.
Professor de Filosofia
O termo vem do latim donum —traduzido para o espanhol como oferenda ou presente—, derivado, por sua vez, do verbo Faz, como 'dar'. A ideia do dom está muito presente na tradição bíblica, assim como também foi retomada no campo da humanidades e as Ciências Sociais.
A noção de dádiva nas sociedades pré-coloniais foi estudada pelo antropólogo Marcel Mauss (1872-1950), que intercâmbio como fator constitutivo de todas as atividades sociais. Nessas sociedades, as trocas de bens, riquezas ou produtos não ocorrem de forma simples entre os indivíduos, mas são coletividades —sejam clãs, tribos ou famílias— que trocam entre si, através das pessoas físicas que especificam os ação. No mesmo sentido, o que se troca não são objetos exclusivamente úteis economicamente; mas, fundamentalmente, objetos simbólicos: cortesias, danças, ritos, festas, serviços militares, mulheres, crianças.
Mauss chama essa organização da troca: economia do presente, sob a qual os objetos são entregues sem a mediação de um acordo explícito de recompensas por vez regulamentado, mas no quadro de um contrato mais geral e permanente, que excede a circulação de riquezas. O que torna os objetos comparáveis na troca não é – ao contrário da forma como a sociedade ocidental o concebe – estar sujeito a lei de valor, mas partilham o carácter comum de serem transferíveis, ainda que não sejam iguais ou tenham o mesmo valor.
Na lógica da doação, há um contrato implícito que exige a restituição da doação juntamente com um suplemento. Por isso, o presente nunca é desinteressado, pois, embora não haja compensação programada, o prestígio de quem o recebe a doação obriga a devolvê-la com usura em relação à coisa concedida, pois só assim se pode aumentar a doação. prestígio.
Nas sociedades ocidentais contemporâneas, a ideia de troca repousa na noção do valor de troca que é atribuído aos produtos no mercado. No entanto, em sociedades que antropologia clássicos denominados primitivos, a concepção de troca não tinha em sua base uma ideia de equivalência de valores do que foi trocado, mas o que foi central foi a reciprocidade ilimitada da troca mesmo. A obra investida no objeto destinado à troca tem caráter ritual e, nesse sentido, é pensar na categoria do dom, ou seja, do que se dá e se perde, sem esperar em troca uma retribuição por a Energia utilizado no processo de produção.
A figura do dom na filosofia da desconstrução
Um dos interlocutores que problematizou a figura do dom na obra de Marcel Mauss foi o filósofo Jacques Derrida (1930-2004), que propõe uma lógica alternativa da dádiva, na perspectiva da de construção. Derrida enfatiza a diferença entre dádiva e troca, sendo a primeira caracterizada como não envolvendo retribuição; no entanto, isso leva a uma formulação aporética —ou seja, sem saída—, pois, na medida em que algo é reconhecido como dom, permanece inscrito em uma esquema de reembolsos.
A dádiva e a troca pertencem a lógicas excludentes, na medida em que a primeira encarna um valor estrutural, definido pelo caráter excessivo que é está na base da doação, diferentemente da segunda, que implica uma transação imediata, na qual ocorre a mera circulação de bens. Na economia da dádiva, destaca Derrida, a dimensão do material está ligada à do simbólico, por meio de um ato que desloca a estrutura condicionante característica do intercâmbio. Para o filósofo, o interessante da noção de dádiva reside no fato de constituir um regime que resiste ao da produtividade, permanecendo como um evento irredutível.
Bibliografia
Ochoa, C. g. (2007). Troca e presente. Versão. Estudos de Comunicação e Políticas, (1), 119-139.Abadi, D. (2013). O dom e o impossível. Figuras do quase transcendental em Jacques Derrida. Contrastes: International Journal of Philosophy, (18), 9-27.