Conceito em Definição ABC
Miscelânea / / July 04, 2021
Por Javier Navarro, em janeiro 2019
Desde as suas origens mais remotas, o cristianismo apresentou diferentes correntes teológicas. Um deles é o arianismo. Este nome se refere a Ário, um sacerdote e asceta do século III DC. C que vivia em Alexandria e era discípulo de Luciano de Antioquia, de quem assumiu um tese muito particular sobre a figura de Jesus Cristo: sua natureza era meio humana, meio divina.
Uma corrente que questionou a igreja cristã oficial
Este sacerdote de Alexandria negou o dogma da Trindade. Assim, ele entendeu que o filho de Deus deve ser entendido como um ser totalmente subordinado ao pai. Ao mesmo tempo, ele afirmava que Jesus Cristo era o filho adotivo de Deus. Desta forma, Jesus Cristo não era considerado Deus e era simplesmente um homem cuja missão era colaborar com o Criador. Nesse sentido, o Filho não conhece o Pai e, conseqüentemente, nada pode revelar sobre ele.
Os ensinamentos de Ário estavam ganhando adeptos entre os membros das igrejas cristãs, especialmente no norte de África, a Península Ibérica e os territórios de Antioquia.
No Império Romano a doutrina O arianismo consolidou-se entre os nobres, o establishment militar e as elites políticas. Essa situação causou uma cisão dentro do Cristianismo, já que de um lado havia a versão oficial romana e, de outro, a corrente ariana.
No Concílio de Nicéia em 325 DC. C havia um anátema contra o arianismo
O Imperador Constantino observava com preocupação o estrondo do arianismo em seus domínios e por este razão promoveu o Concílio de Nicea. Lá, os bispos cristãos se reuniram para debater as doutrinas de Ário e seus seguidores. Principal conclusão do conselho foi desacreditar aqueles que questionaram o dogma da Trindade e negaram a divindade de Jesus Cristo.
O anátema ou condenação ao arianismo implicava a expulsão desta corrente do seio da igreja. Em outras palavras, seus seguidores se tornaram hereges. Embora essa corrente herética se enfraquecesse com o passar do tempo, seus princípios não deixaram de ser mantidos. Nesse sentido, as Testemunhas de Jeová são consideradas seus herdeiros naturais.
Outras correntes heréticas
O gnosticismo se desenvolveu entre o primeiro e o terceiro séculos e seus seguidores afirmavam que possuíam um conhecimento de ordem superior à fé (no Idade Média os cátaros, também conhecidos como albigenses, seguiam as doutrinas do gnosticismo).
O docetismo surgiu no primeiro século e em seus postulados a natureza divina de Jesus Cristo é negada e o fato de sua crucificação é questionado.
O maniqueísmo surgiu no século III e, de acordo com seus seguidores, Deus enviou o humanidade ao profeta Mani para esclarecer os homens sobre o Bem e o Mal.
O montanismo se desenvolveu no século 11 e não pretendia se desviar da versão oficial do cristianismo, mas sim para enfatizar alguns aspectos proféticos (eles anunciaram que o fim dos tempos aconteceria em breve clima).
Fotolia de fotos: Jorisvo
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